sexta-feira, 12 de novembro de 2010

José Manuel: um estreante em alta

Técnico do Infesta em discurso directo

O F.C. Infesta é um clube de tradições nos Nacionais. Esteve na 2ª Divisão 20 épocas consecutivas e em 2 anos caiu aos Distritais, onde agora está a fazer flores: 9 vitorias, em 9 jogos consecutivos, é um feito invejável. Fomos questionar o professor José Manuel, que estava muito satisfeito no final do jogo entre o Infesta e o Lixa, em que os mamedenses venceram por 3-1.

JORNAL DE MATOSINHOS: Que achou deste jogo em que o Infesta conseguiu a 9ª vitoria consecutiva?
JOSÉ MANUEL RIBEIRO: Mais uma vez a nossa equipa esteve muito bem em termos defensivos, sempre com as linhas bem juntas, as coberturas funcionaram quase sempre bem e o nosso adversário, tirando os lances de bola parada, não nos criou grande perigo. Na parte final, quando jogamos com menos um jogador, devido à expulsão de Vitinha, aí, sim, houve cruzamentos e algum frisson, mas não houve lances de perigo e, mesmo assim, nesse período nós criamos 3 situações que poderíamos ter ampliado o marcador.
Contudo, acho o resultado justo, perante uma equipa que tem muita qualidade, apesar de eles terem tido mais posse de bola a nossa equipa foi mais eficaz, nos momentos certos marcou e soube defender a vantagem com mérito dos jogadores, que mais uma vez estão de parabéns.
Foram fantásticos e isto é o corolário deste excelente inicio de época que estão a fazer e todos os jogadores estão dentro do balneário satisfeitos.

JM: Estava à espera assim de um inicio de temporada com 9 vitórias consecutivas?
JMR: É a 1ª época como treinador e há cerca de 30 anos que o Infesta não participava nos Distritais. É um campeonato difícil e, é claro, não estava a contar com 9 vitórias consecutivas, estava a contar, sim, andar nos primeiros lugares. No inicio da época eu diria que poderia ser impossível chegar às 9 vitorias consecutivas, mas é claro que temos feito por isso.

JM: Qual é o segredo?
JMR: É uma pergunta que toda a gente faz aos treinadores e é claro, tudo é uma ponte que foi bem feita, que começou em Abril/Maio quando este campeonato estava a ser planeado. Aceitei o desafio proposto pelo Presidente Manuel Ramos e começou-se pelas contratações de jogadores com experiência nesta divisão e com a manutenção de jogadores com experiência que participaram nos nacionais, e desenvolveu-se um determinado trabalho. Estou reunido de uma boa equipa técnica, médica e de dirigentes. O segredo, se há segredos das vitórias, é um conjunto de muitas coisas que todas juntas superam toda a equipa. Aqui também há um pouco do meu trabalho, que penso que tem funcionado e que os jogadores têm assimilado as minhas ideias. Eu sinto que eles gostam da forma que eu trabalho o que torna um trabalho positivo, de outra maneira não funcionava.

JM: Esta sequência de resultados é para manter até quando, ou seja, quando é que o Infesta vai perder os primeiros pontos?
JMR: Obviamente que eu digo sempre aos meus jogadores que mais tarde ou mais cedo iremos perder os primeiros pontos, que matematicamente é quase impossível vencer 34 jornadas consecutivas. Vamos tentar retardar o mais possível um desaire, mantendo a senda das vitórias, tudo iremos fazer para manter este ritmo de vitórias, para cimentar uma vantagem boa, para quando falharmos termos uma boa vantagem pontual. Pois quem estiver atrás já não pode falhar o que é muito mais stressante.

JM: A subida de Divisão é o objectivo, e a equipa do Infesta já esta a ganhar a tal vantagem de que fala em relação aos principais adversários?
JMR: Quer dizer… no princípio da época não foi a subida que a Direcção me pediu. Nesta fase não estou tolo ao ponto de dizer que não, obviamente que estamos na frente, neste momento temos uma vantagem de 10 pontos sobre o 3º, pensando que poderão subir 2 equipas. Se nós continuarmos com esta qualidade de jogo, com esta atitude defensiva e esforço dos jogadores, não vai ser fácil perder muitos jogos, obviamente que eu já pensei que podemos subir de divisão.

JM: Gostava de colocar o Infesta novamente nos Nacionais?
JMR: Claro! Não sei se sabem que sou sócio do Infesta há 25 anos. Joguei no Clube desde os meus 9 anos, acabei de jogar aos 25, passando depois a ser o preparador físico de Augusto Mata e, mais tarde, adjunto também de Manuel António. Tenho 36 anos e somando todos estes anos, já são 26 que me ligam ao Infesta. Claro que é o Clube do meu coração, mas sou profissional do Desporto, quer no ensino público, quer aqui, e o objectivo é subir de divisão. Nesta fase já estamos no 1º lugar e não o quero largar, queremos subir e obviamente que a cereja já está no topo do bolo, estamos no bom caminho. O Infesta deixou de ser um Clube do Regional há cerca de 30 anos, toda a gente conhece o seu bonito historial pelo seu passado. Era importante para as gentes de S.Mamede e para a Direcção que nos tem apoiado muito, para estes jogadores, para a equipa técnica e médica, recolocar o Infesta onde ele merece.

JM: Portanto seria importante regressar à própria casa?
JMR: As pessoas esquecem-se que são 9 vitórias fora de casa, se calhar no final da época, quando se for fazer as contas não vai haver nenhuma equipa que tenha conseguido 9 vitórias fora de casa. Temos jogado bem. O que escuto dos jogadores é que jogar em casa ou fora temos que encarar os jogos da mesma forma e temos feito isso, obviamente que estamos desejosos de voltar a jogar em nossa casa. Será um campo novo, onde haverá melhores condições de trabalho. As pessoas, na sua maioria, não sabem que temos um campo relvado que tem pouco disso, as dificuldades têm sido muitas, daí este 1º lugar deverá ser mais valorizado. Devemos ser na nossa Divisão, até este momento, o Clube com piores condições de trabalho, sempre com a casa às costas, tanto para treinar como para jogar em casa emprestada.

Joaquim Sousa

FONTE: Jornal de Matosinhos

Sem comentários:

Enviar um comentário